O filme foi feito para reivindicar o andamento do processo de homologação da Terra Indígena Lago dos Remédios. As gravações foram feitas na Aldeia Parirá. O deslocamento de Manicoré até a Aldeia Parirá foi pago pelos indígenas que vivem na aldeia. O deslocamento de Manaus até Manicoré foi pago graças a mobilização de indígenas Mura, Munduruku e Kayapó da Aldeia Patakuá, A Aldeia Patakuá, em Manicoré, Rio Madeira, é habitada por Kayapó. Isso é tão bonito, singular, que merece nota especial.
Tive que mudar a edição no último instante. As gravações na Aldeia Parirá foram feitas na semana anterior, ainda no mês de fevereiro. Porém, enquanto estava terminando de editar o filme recebi a notícia do assassinado de Maria Carvalho Barreto, uma bela e sensível mulher que havia participado das duas reuniões feitas na Aldeia Patakuá, levando seu filho, um bebê de 18 meses, que viajou no meu colo no dia anterior ao assassinato. Estou tomando forças para editar um material que trate objetivamente do que considero importante tratarmos sobre o crime para a transformação da realidade social, econômica e política em Manicoré. A violência na cidade não é um fato isolado. A prática de crimes hediondos é frequente e serve para constranger a população. Essa realidade da violência é governada por bandidos e precisamos mudar essa realidade. Não é suportável viver em Manicoré sob aquelas condições.
Assim, este filme registra brevemente o assassinato, e tem por objetivo defender as Terras Indígenas em Manicoré, o direito indígena sobre suas terras.
Jakeline De Souza.
Manaus, 29.03.2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário