conversei com um homem que foi do crime aqui no Rio. mm homem que nunca matou, foi do crime, não é mais. gostei dele, cheio de sonhos e fé, coração leve.
esse ex-traficante fez pensar nas origens do "mal". não estou falando de demônios, não estou pensando nessas coisas, estou falando do mal nas relações sociais objetivamente. quero dizer, o ato de prejudicar, matar, roubar, sabotar, tudo o que pretende prejudicar alguém e cujos motivos são tomados pela lei e pelo senso comum, compartilhado, como dano, ataque, violência, prejuízo, contra alguém ou algum grupo social. do assassinato de um trabalhador como Amarildo, ou um jornalista como Tim Lopes, à informação errada no metrô.
é interessante pensar as origens do mal nas relações sociais, quando comecei a entender um pouco isso, a partir das conversas com aquele ex-bandido, pude também entender como o bem se estabelece. é interessante. entender as origens do mal nos leva a entender como o bem se estabelece. aqui, chamo "bem" as relações, de reciprocidade e respeito, satisfatórias. então, também estou falando de uma expectativa compartilhada de vida social para reciprocidade e respeito compartilhados. o que queremos das nossas comunidades, família, amigos, grupos de trabalho, etc. e me incluo enquanto sujeito social que, como qualquer outra pessoa, sofre o impacto de ações que prejudicam a si, ou a outras pessoas, e aos grupos aos quais pertenço.
mas, também pensei sobre o contrário, será que faz sentido? quero dizer, pensar nas origens do bem para entender como o mal se estabelece? é uma possibilidade que não me interessa. e agora? é impossível ignorar nosso poder de escolha, algumas pessoas escolhem tentar não serem vistas por trás das costas largas do mal "estabelecido".
os exemplos cotidianos são nosso mais fértil livro de reflexões e entendimento da vida social, e a vida cotidiana deve nos orientar a entender. nesse caso, quando falo "mal" digo, por exemplo, bandidos de colarinho e assassinos, nao importa. pensar as origens do mal, quero dizer: pensar o que faz, o que motiva, bandidos manter ligação, sustentar a morte e a tortura em suas próprias vidas. suspeito que seja a capacidade de produzir o mal em outra pessoa. quero dizer, fico imagindo que bandido líder é o bandido capaz de torturar, matar, qualquer pessoa, sem arrependimento, e covardemente, se for preciso defender o seu parceiro. e a vida dos que estão fora do círculo, nesse caso, vale nada.
é um lado da história, mas entre os bandidos de presídio, nem tudo é ruim assim. o fato é que as pessoas se esgotam com a violência. entre presidiários confinados existem os que não são capazes, ou que são menos capazes de atacar outras pessoas, algumas pessoas acabam daçando rápido, morrendo mesmo. entre os bandidos de colarinho branco é regra geral, não tem negócio, envolver-se com criminosos com poder público vigora duas condições: ou o bandido está dentro, ou o bandido está fora. e quem não está dentro pode servir pra proteger o crime, basta precisar. falo do que faz existir pactos entre criminosos.
entre os bandidos de colarinho branco também existe fragilidade, é claro. entre os de presídios é que alguns não querem fazer parte, ou não são capazes de fazer parte, entre bandidos de colarinho a fragilidade está em outro ponto, ninguém confia em ninguém, daí, uns acabam nas mãos dos outros. dadas as circunstâncias, é possível que os de colarinho branco acabem nas mãos dos "sem colarinho".
entre presidiários confinados até acontece coisa boa, algumas pessoas conseguem se manter distantes desse sistema, pagam caro por isso. acessei essa realidade entre presidiários que retornam à vida em liberdade, a partir dos relatos de uma das estagiárias que trabalhava no Bangu dando aulas de teatro através de um projeto de extensão da UNIRIO, que produz trabalhos que descrevem os resultados das atividades dentro do presídio e abordam também os contextos e relações.
pois é, essa deixa do conhecido de praia e ex-bandido faz pensar em como o bem se estabelece. isso é uma conversa propositada e voltada ao ativismo contemporâneo, quero dizer que dependemos de relações de confiança, tal qual os bandidos não têm, especialmente os articuladores, frequentemente de colarinho. quero dizer com isso que as pessoas que pretendem uma vida tranquila, digna, contribuindo para a vida social comum sem abusos, desrespeitos, essas pessoas devem estabelecer vínculos estáveis e recíprocos de confiança. como ativista pró democracia direta, essas questões me afetam. seria imprudente falar de um "mundo" no qual eu não me incluo. a separação entre sujeito e objeto para a produção de conhecimento deve ser esquizofrênica? talvez tenha algum traço de psicopatia social, ou algo de sádico nisso. considerando que a produção "da verdade", está em boa medida, ainda hoje, legitimada pelos espaços de produção de pesquisa; nesse caso, as categorias da psicologia são mais divertidas do que, talvez, toda a desgraça que acontece por que existem pessoas que produzem desgraça sustentadas pelos centros de legitimidade dos poderes econômicos, tal qual estão distribuídos ainda hoje.
vamos parar de produzir desgraça pra ver se ela aparece independente de nós?
esse ex-traficante fez pensar nas origens do "mal". não estou falando de demônios, não estou pensando nessas coisas, estou falando do mal nas relações sociais objetivamente. quero dizer, o ato de prejudicar, matar, roubar, sabotar, tudo o que pretende prejudicar alguém e cujos motivos são tomados pela lei e pelo senso comum, compartilhado, como dano, ataque, violência, prejuízo, contra alguém ou algum grupo social. do assassinato de um trabalhador como Amarildo, ou um jornalista como Tim Lopes, à informação errada no metrô.
é interessante pensar as origens do mal nas relações sociais, quando comecei a entender um pouco isso, a partir das conversas com aquele ex-bandido, pude também entender como o bem se estabelece. é interessante. entender as origens do mal nos leva a entender como o bem se estabelece. aqui, chamo "bem" as relações, de reciprocidade e respeito, satisfatórias. então, também estou falando de uma expectativa compartilhada de vida social para reciprocidade e respeito compartilhados. o que queremos das nossas comunidades, família, amigos, grupos de trabalho, etc. e me incluo enquanto sujeito social que, como qualquer outra pessoa, sofre o impacto de ações que prejudicam a si, ou a outras pessoas, e aos grupos aos quais pertenço.
mas, também pensei sobre o contrário, será que faz sentido? quero dizer, pensar nas origens do bem para entender como o mal se estabelece? é uma possibilidade que não me interessa. e agora? é impossível ignorar nosso poder de escolha, algumas pessoas escolhem tentar não serem vistas por trás das costas largas do mal "estabelecido".
os exemplos cotidianos são nosso mais fértil livro de reflexões e entendimento da vida social, e a vida cotidiana deve nos orientar a entender. nesse caso, quando falo "mal" digo, por exemplo, bandidos de colarinho e assassinos, nao importa. pensar as origens do mal, quero dizer: pensar o que faz, o que motiva, bandidos manter ligação, sustentar a morte e a tortura em suas próprias vidas. suspeito que seja a capacidade de produzir o mal em outra pessoa. quero dizer, fico imagindo que bandido líder é o bandido capaz de torturar, matar, qualquer pessoa, sem arrependimento, e covardemente, se for preciso defender o seu parceiro. e a vida dos que estão fora do círculo, nesse caso, vale nada.
é um lado da história, mas entre os bandidos de presídio, nem tudo é ruim assim. o fato é que as pessoas se esgotam com a violência. entre presidiários confinados existem os que não são capazes, ou que são menos capazes de atacar outras pessoas, algumas pessoas acabam daçando rápido, morrendo mesmo. entre os bandidos de colarinho branco é regra geral, não tem negócio, envolver-se com criminosos com poder público vigora duas condições: ou o bandido está dentro, ou o bandido está fora. e quem não está dentro pode servir pra proteger o crime, basta precisar. falo do que faz existir pactos entre criminosos.
entre os bandidos de colarinho branco também existe fragilidade, é claro. entre os de presídios é que alguns não querem fazer parte, ou não são capazes de fazer parte, entre bandidos de colarinho a fragilidade está em outro ponto, ninguém confia em ninguém, daí, uns acabam nas mãos dos outros. dadas as circunstâncias, é possível que os de colarinho branco acabem nas mãos dos "sem colarinho".
entre presidiários confinados até acontece coisa boa, algumas pessoas conseguem se manter distantes desse sistema, pagam caro por isso. acessei essa realidade entre presidiários que retornam à vida em liberdade, a partir dos relatos de uma das estagiárias que trabalhava no Bangu dando aulas de teatro através de um projeto de extensão da UNIRIO, que produz trabalhos que descrevem os resultados das atividades dentro do presídio e abordam também os contextos e relações.
pois é, essa deixa do conhecido de praia e ex-bandido faz pensar em como o bem se estabelece. isso é uma conversa propositada e voltada ao ativismo contemporâneo, quero dizer que dependemos de relações de confiança, tal qual os bandidos não têm, especialmente os articuladores, frequentemente de colarinho. quero dizer com isso que as pessoas que pretendem uma vida tranquila, digna, contribuindo para a vida social comum sem abusos, desrespeitos, essas pessoas devem estabelecer vínculos estáveis e recíprocos de confiança. como ativista pró democracia direta, essas questões me afetam. seria imprudente falar de um "mundo" no qual eu não me incluo. a separação entre sujeito e objeto para a produção de conhecimento deve ser esquizofrênica? talvez tenha algum traço de psicopatia social, ou algo de sádico nisso. considerando que a produção "da verdade", está em boa medida, ainda hoje, legitimada pelos espaços de produção de pesquisa; nesse caso, as categorias da psicologia são mais divertidas do que, talvez, toda a desgraça que acontece por que existem pessoas que produzem desgraça sustentadas pelos centros de legitimidade dos poderes econômicos, tal qual estão distribuídos ainda hoje.
vamos parar de produzir desgraça pra ver se ela aparece independente de nós?
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